sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Torcedor são-paulino não vai ao estádio: pequeno comentário

"Apenas 4791 torcedores pagaram para assistir à vitória por 3 a 0 do São Paulo sobre o Oeste no Morumbi. Para o goleiro Rogério Ceni, o atual formato do Campeonato Paulista, além do horário da partida (21h45), são os responsáveis pelo público pequeno no jogo de quinta-feira."
Quero fazer uma ressalva aqui e os são-paulinos não podem considerar como alfinetada, pois é a mais pura verdade: a culpa do pequeno público não é do campeonato, mas da própria torcida, que nunca vai ao Morumbi. O torcedor tricolor paulista só enche aquele estádio em final de campeonato ou quando está acabando. É uma torcidinha bem chatinha, assim como seu goleiro Rogéiro Huck Ceni.
Pedro

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Você tá certo, Platini!

Preciso comentar sobre o discurso do Platini ontem. Não sei se ele é um bom político, mas fiquei feliz quando ele ganhou a eleição para a presidência da UEFA e suas palavras ontem só corroboram minhas expectativas. Dentre as muitas coisas que disse, quero destacar sobre as crianças e adolescentes no futebol.
Primeiro, Platini comparou o trabalho infantil com o "trabalho" nos clubes de futebol. Ele tem razão. Se, há muito, futebol virou negócio e ser jogador uma profissão, que comecem a tratar do assunto com um peso e uma medida. Nas palavras dele: "Pagar uma criança para chutar uma bola não é diferente de pagar uma criança para trabalhar numa linha de produção. Ambos exploram o trabalho infantil". Perfeito.
Depois ele coloca que devem ser proibidas as transações de jovens menores de 18 anos e diz também (e isso "protege" os jovens sul-americanos e africanos principalmente) que "a criança tem o direito de crescer próximo de seus amigos e familiares". Pois sim, elas não são mercadorias e devem viver cercados de quem os gosta.
Por fim, fala sobre os clubes europeus que ficam de olho nas crianças (e aqui ele realça "brasileiras") de 8, 9, 10 anos, para comprar seus direitos e garantir o futuro de craques nos clubes. Segundo Platini: "Todo mundo fica chocado quando vê crianças trabalhando na indústria de artigos de futebol, mas quando, no outro dia, vê em um programa de televisão um prodígio brasileiro de 9 anos e que grandes clubes europeus preparam convidá-lo a assinar contrato, ninguém parece piscar o olho. Esse é um exemplo de um peso duas medidas".
Eu sei que tem muitos outros problemas, mas Platini tomar essa atitude já parece ter uma boa perspectiva. As ações tem que ser tomadas de cima para baixo e se a Europa começar a dar o exemplo, pode ser que no Brasil as coisas melhorem. Mas a gente tem que querer também.
Pedro

Rodízio na TV

Tudo bem que o Rio de Janeiro já foi capital do Brasil, tem o Maracanã, Copacabana, é o palco das músicas do Tom Jobim, tem a Globo (esse ponto é fundamental, mas não quero dissertar sobre isso no momento. O leitor verá que meu foco é outro) e tal, mas a incessante transmissão de jogos do futebol carioca é de dar sono.
Não é preciso citar que os times do Rio caíram de nível faz tempo (excessão ao time do Fluminense no ano passado) e que i futebol paulista ganha muito mais títulos. No entanto não venho aqui defender o monopólio dos times paulistas na TV, mas a transmissão justa, digo, dos jogos que atrairão mais o público em geral (e não daquele que tem maior torcida).
Falo isso com conhecimento de causa e como torcedor. Veja bem. Já passei um mês no Piauí e lá fui obrigado a ver apenas Vasco, Flamengo, Botafogo e Fluminense. Morei no Mato Grosso do Sul e vivo no Amazonas. No primeiro estado, ainda passava futebol paulista quando a transmissão era local, mas quando era a parabólica (que é nacional) era Rio, Rio e mais Rio. Aqui no norte é apenas Rio.
Concordo que enquanto estamos nos campeonatos regionais, fica mais difícil a escolha, por que a maioria dos jogos envolve times grandes x times pequenos (embora os times do interior de São Paulo sejam infinitamente melhores do que os do interior dos outros estados). Mas, quando estamos no Brasileirão, dá pra fazer uma escolha imparcial. Veja bem. Suponha que o leitor esteja num domingo à tarde em frente a sua televisão querendo ver um bom jogo de futebol. Seu time jogou no sábado, logo, ele não tem simpatia por nenhum outro, quer apenas apreciar o jogo que tenderá a ser melhor. A rodada tem Corinthians x Criciúma, Flamengo x América-MG e Internacional x Cruzeiro. O jogo nacional é o segundo, porque sempre é o carioca, mas por que não passar o terceiro? Não interessa que as torcidas dos gaúchos e mineiros somadas não chegam na do Flamengo, interessa o nível do jogo, a suposta qualidade e tradição dos times. Aí o leitor pode me perguntar se nunca haverá transmissão dos times pequenos. Sim, porque nem toda rodada tem clássico e, nestes casos, pode-se fazer um rodízio de times e não voltar a passar só os cariocas.
Em suma, quando não é o meu time jogando, quero ver um bom espetáculo. Pra minha felicidade, inventaram a internet rápida e posso ver os jogos livremente.
Pedro

domingo, 15 de fevereiro de 2009

Quem foi melhor?

A pedido de um amigo e seguidor do blog, o tema desta crônica segue as reportagens do Esporte Espetacular sobre comparações entre jogadores, aquele velho "quem foi melhor?". A última do programa global foi em relação a Zico e Zidane e, meu amigo indignado, me perguntou se é possível comparar jogadores de epoca diferentes. Respondo de imediato que não e para isso darei dois motivos.
O mais lógico dos motivos é que o futebol muda e com isso muda o jeito de jogar. Não vou explicar a diferença de cada tempo, mas é bom entender que as táticas variam muito (variam até na mesma época, mas sempre em torno de um padrão - um 4-4-2/3-5-2 neste momento e um 4-2-4 há 40 anos atrás), os treinamentos são outros (a tecnologia foi fundamental no aprimoramento), a movimentação do mercado de compra e venda dos jogadores também muda (muito mais dinâmico atualmente) e que os torcedores são outros (as pessoas respondem ao tempo em que vivem, logo tem gostos diferentes).
Meu outro motivo está relacionado à pessoa que irá comparar. O que quero dizer com isso? Numa simples análise sobre quem foi melhor, o torcedor escolhe não apenas o que foi melhor, mas aquele em que se identifica mais, o que gosta mais e isso, quando o votante viu apenas um dos dois em comparação jogar, fica mais lógico escolher aquele que viu atuar.
Veja por exemplo a última eleição da Globo: Zico x Zidane. Dois craques, mas com uma diferença de 10 anos entre os dois, contando que o Galinho ainda jogou um pouco na década de noventa. Dois craques e que fizeram história. No Brasil não há dúvida de que o primeiro vence e na França ganhará o segundo e acredito que os mais novos votarão em Zidane (segundo motivo). Outro exemplo que reforça o meu segundo motivo (é mais fácil de ser provado e o primeiro motivo, na verdade, é teórico, impossível de provas) é Zizinho x Pelé. Alguns irão falar: você é louco camarada, Pelé é Pelé. Sim, o ex-jogador do Santos foi o melhor, mas não para algumas pessoas que viram Zizinho jogar. Já ouvi de muitos velhinhos que o Zizinho foi o melhor do mundo.
Comparações aqui e ali, sempre com grandes jogadores. Zico e Zidane, não sei quem jogou melhor, mas gostaria de colocar os dois no meu time.
Pedro